quarta-feira, 25 de agosto de 2010

a mulher-azul...

"O vento azul-comfort soprou mais forte. As imagens se montavam confusas. Lembrou-se do primeiro dia de aula, do primeiro beijo, do casamento dos amigos. Lembrou-se do primeiro emprego, do primeiro vestido e do primeiro porre, do cigarro escondido e das noites de frio, sozinha com seu cobertor. Lembrou-se de que todos os dias, há anos, fazia a mesma coisa. Que todos os dias se banhava, se vestia, saía e voltava para dormir. Que aos sábados, longos sábados que não acabavam mais, assistia à televisão entre um sono e um entre sono. Nada de telefonemas e que, quando saía com amigos, era sempre igual. Há anos ela dormia com homens-sem-cor de vez em quando e era vazio. Homens que ligavam, não ligavam, roncavam ou não. Uns prometiam o mundo, outros lhe davam o silêncio e ela usava a todos. Tudo um rio-preto-viscoso banhado por forte amarelo-fubá."


Em breve, na íntegra, em QU4RTO DESAMP4RO, que será lançado neste blog.


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