quarta-feira, 25 de agosto de 2010

...ainda no apartamento de subúrbio...

"Ela tremia num sentimento que não entendia. Queria sair, deixá-lo, deixar aquele lugar imundo e ir para rua. Dormiria debaixo da ponte, na casa de alguém, num puteiro se fosse preciso. Mas algo a retia ali, perto dele, e ela não sabia o que era. Talvez o sentimento maternal. Talvez um resto de amor ao seu marido. Talvez uma esperança, uma esperança de que ele levantaria a bunda daquele sofá e que lhe viesse pedir desculpas, passar-lhe a mão pela cintura, juntar seu corpo no dela e dizer palavras doces. Mas ele não era homem dessas regalias. Não mais. Quando no início os dois se abraçavam era diferente. Ele lhe dava flores, dessas que nascem sem propósito nos meio-fios, dizia palavras moles ao pé do ouvido. Era perfumado, de camisa branca limpa, lavada, com cheiro de Comfort."


em breve, texto na íntegra!


aguardem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário