quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Duas homenagens a QU4RTO DESAMP4RO


Menos de uma semana após o lançamento, QU4RTO DESAMP4RO ganha duas homenagens de grandes amigos, também em versões virtuais.

A primeira é a charge de Pablo Bráulio de Souza, em Pata do Guaxinim, sintética como a idéia que quis para o lançamento virtual.

A segunda, longo texto de Vanessa Paiva em seu "O limite da parabólica", amiga com quem divide as cores do desamparo.

Seguem ambas, a charge antes e o texto na íntegra agora, para que confiram.
os blogs, para quem quiser conhecer mais são:
e


Não deixem de baixar também uma cópia. O livro, na íntegra, está no link http://www.4shared.com/document/s3BGaHSk/quartodesamparo_danilobarcelos.html


QU4RTO DESAMP4RO
por Vanessa Paiva

danilo e eu nos encontramos em mariana. ele havia se mudado um ano antes de mim, frequentava a minha casa bem antes de eu ir morar lá. nossos amigos daquela época são ainda nossos amigos, das histórias mais malucas e mais emocionantes. ensaiávamos versos, pensávamos a vida em música. fora isso, muito trabalho, dentro e fora da universidade, porque esta não nos bancava a vida que, apesar de barata, para nós, que pouco tínhamos, sempre foi muito cara. e muito cara também em importância, que não tem a ver com dinheiro. muito cara por tudo o que foi aprendizado e por tudo o que foi cabeça rachada na parede dura, que talvez até ensine mais. danilo experimentou e testou seus versos em barulho branco, cujo barco branco na capa branca já sinalizava as ondulações e as persistências. depois sinalizou a possível publicação de qu4rto desamp4ro. antes disso, quando o vi, talvez pela penúltima vez, disse a ele: acho que você anda muito sinestésico. brindamos. a última vez que o vi, disse a ele: até agora o que eu mais gostei foi do seu novo título, qu4rto desamp4ro. era tudo o que até então sabia: o título. rimos, e, conforme a tradição, estávamos de novo a beber. e ele me disse que tinha um segredo a me contar, um segredo que dizia respeito a vários de nós, amigos desde os nossos momentos de mariana, desde os idos de 2000, 2001: ele nos havia dedicado o seu livro. confesso que quando vejo meu nome parece-me mais um outro sujeito que se chama como eu, o que não é espantoso. mas quando o vejo e o revejo e o vejo em conjunto com nomes de pessoas tão queridas, sinto-me prenhe de orgulho. um orgulho que se deixa escapar, bem devagar, sem preencher, por isso mesmo, espaços muito grandes. e também por isso sinto que é um orgulho bem mineiro o que sinto desses escritos do meu amigo também mineiro, que por ora escreve de terras capixabas - uma quase extensão de minas gerais, conforme aludimos, por gostarmos tanto de lá. as cores de qu4rto desamp4ro são mesclas de coisas que vemos e sentimos - sim, danilo anda mesmo sinestésico - e são muitas. os textos colorem e descolorem ao gosto desse escritor que gosta mesmo é de experimentar, e nos leva com ele, nessa irresistível companhia, para os desfalecimentos das relações entre as paredes do quarto-sala, para a imobilidade das extensões das paredes que sufocam e também chamam à vida, para a voluptuosidade das formas ao sol, fora do quadrado-desamparo, a um mais amplo, ao ar livre - mas que também é extensão, também sufoco, também parede, como não deixaria de ser. aguardamos para breve a versão impressa, essa é a nova promessa - e, quando nos encontrarmos, agora pós-leitura, prometo-lhe nova frase. e novo brinde.

até lá, obrigada!


2 comentários:

  1. agora está aqui e lá. legal! sucesso, Dan!

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  2. Oi, Danilo!
    Bacana demais seu livro. Tô baixando pra ler!!

    Tenho uma sugestão de blog que acho que você vai gostar...
    www.clubebaristamg.blogspot.com

    Beijo!

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